“Não me encontro com ninguém (tenho fases, como a lua...) No dia de alguém ser meu não é dia de eu ser sua...” (Lua Adversa, Cecília Meirelles) Lucas foi interrompido por batidas na porta do banheiro. - Guri! Você está bem? – Tudo em Ana Rosa exigia uma resposta. Como se despertasse de um transe agoniante, Lucas soltou a gilete na pia e abriu a porta. Ana Rosa o olhou, preocupada. - Cruzes... Você está mais magro do que nunca. Está se alimentando direito, Lucas Matarazzo? - Tudo o que eu como acaba voltando. – Diz ele, amargo. - Acho que o monstro está com raiva... - Seja forte. – Diz Ana Rosa. – Você está aguentando bem. Só mais duas noites e então só terá que enfrenta-lo de novo no próximo mês. E até lá poderá se preparar, se fortalecer. - Ainda tem mais seis meses. - Acrescenta Lucas, sem conseguir esconder o desânimo. Ele se perguntou se realmente aguentaria. Se perguntou se não enlouqueceria e rasgaria os próprios pulsos para sangrar até morrer na