"Quando eu era criança costumava rezar: Deus, faça de
mim uma bruxa."
(Nicole Kidman)
Era
tudo culpa da Lena.
Disso
Violeta tinha certeza, enquanto andava de um lado para o outro, impaciente, com
as mãos enterradas no bolso do vestido jeans.
Lena-estúpida-melhor-amiga
havia esquecido completamente de deixar a chave com ela, e, pra ajudar, não
atendia ao celular.
No
mínimo estava em algum lugar se agarrando com o Jaime. Era a maldição da melhor
amiga que começa a namorar.
Se
Violeta pudesse, interromperia os dois agora mesmo, independente do que
estivessem fazendo. Ela sabia muito bem
como ser inconveniente quando queria.
Olhou
para o portão gradeado da Pensão. Pular não era uma opção. Nem pensar. Estava
de salto alto.
Sapatos
vermelhos idiotas, mas muito lindos.
Não
ter uma vida social ativa a obrigava a ter que usá-los em ocasiões totalmente
nada haver, já que era preciso compensar a fortuna que eles haviam custado
usando-os ao menos uma vez por semana.
Ela
já tinha tocado a campainha umas trezentas e sessenta e quatro vezes, mas
ninguém atendeu. O que só podia significar que Ana Rosa havia saído para tomar
chá com o clube de jardinagem e o Sr. Cardoso estava tirando um cochilo.
Porque
o Sr. Cardoso nunca sai da Pensão.
Na
verdade, ela conseguia pensar em um jeito de abrir o portão, mas Violeta não
era ingênua a ponto de tentar. Ana Rosa protegia muito bem os portões e muros
da Pensão.
Então
era melhor que ela bolasse uma forma de passar o tempo enquanto nem Lena nem
Ana Rosa apareciam.
E
fritar na calçada não era uma opção.
Estava
suando, em cima dos sapatos caros, no meio da calçada, embaixo do sol quente.
Não era a toa que ela não tinha vida social ativa, ou vida sexual ativa, ou o
que fosse, refletiu com seus botões.
Checou
o celular. Quase seis horas.
Ela
tinha cinco reais na carteira, que deveriam ser usados apenas em emergências, se é que alguma emergência
custa cinco reais.
Mas
era a quantia exata para um chá gelado e um croissant
de chocolate.
Se
o ar condicionado do Point Coffe estivesse ligado, ela poderia simplesmente
fechar os olhos e imaginar que estava em Paris. Não seria algo deprimente de se
fazer se ninguém soubesse.
Que
bela forma de aproveitar um domingo.
Andar
sobre os saltos vermelhos até o Point Coffee...
Violeta
concluiu que não ter uma vida social/sexual ativa a estava deixando com calos,
e aquilo a fez rir de si mesma.
***
Lena abriu os olhos, e o contraste do céu azul e a grama verde fez suas pálpebras tremerem.
Jaime
sorriu para ela, e Lena sorriu de volta.
-
O que você está fazendo? – Pergunta ela.
-
Observando você cochilar. Você baba um pouco. Mas eu achei fofo.
-
Se não gosta de cochilar depois do almoço, deveria arrumar um hobby melhor. – Diz Lena, bocejando e se
espreguiçando enquanto se sentava na toalha de pic-nic.
Jaime
dá de ombros, tomando um gole de suco de maçã.
-
Tentei observar formas nas nuvens. Mas acho que não tenho tanta imaginação,
porque eu só vejo algodão doce desfiando.
Lena
ri, amarrando a camisa xadrez que havia usado como travesseiro na cintura.
Uma
simples tarde no parque havia sido tão relaxante... Ideia de Jaime, claro. Ele
havia levado um bolo de limão e coxinhas de frango.
Lena
estava tão cansada da vida que levara até então, os passeios no shopping, os
dias vazios, as ressacas das baladas porra-louca, os ficantes-rola-ou-não-rola...
E com Jaime era tudo muito mais simples.
Ele,
antes de tudo, era um amigo.
Entendia
Lena e era carinhoso com ela. Sincero.
E
isso bastava.
-
O parque já vai fechar... Quer ir a algum outro lugar? – Perguntou Jaime, começando
a se levantar do gramado, sacudindo pedaços de grama do jeans e começando a
juntar os restos do pique-nique.
-
Tenho que ir pra casa. – Disse Lena, tirando folhas do cabelo escuro e o
ajudando a dobrar a toalha. – Que horas são?
-
Umas seis horas.
Lena
parou, estática, deixando a toalha cair no chão.
-
O que foi, Lena?
A
garota deu um tapa na própria testa.
A
chave. Na bolsa.
Se
Ana Rosa resolvesse ir beber com os motoqueiros depois do chá com os maníacos
por jardinagem, Violeta ia ficar trancada pra fora.
E
Lena amava Violeta, mas sabia que ela era louca.
E
ficava mais agressiva que o normal aos domingos.
-
Jaime, tenho que correr... Vacilei e a Violeta vai querer me matar.
Apressadamente,
Lena deu um beijo em Jaime e jogou a mochila no ombro, preparando-se para
correr até o ponto de ônibus.
-
Espera! – Gritou Jaime, segurando a mão dela.
Ele
a olhou daquele jeito tímido que o fazia parecer muito mais menino do que um cara
de 17 anos. Lena adorava aquilo.
-
Posso ir te buscar amanhã pra aula?
Lena
sorriu, o sorriso e a pele morena do rosto refletindo os últimos raios de sol e
iluminando o embaraço de Jaime.
-
Pode. Assim que eu chegar, carrego o celular e te mando uma mensagem. Até mais!
***
Quem é aquela bruxinha?
Os
olhos de Lucas se fixaram nela, no outro lado da rua.
Cabelo
castanho e longo. Um jeito de andar beirando a arrogância e sapatos de salto
vermelhos, dignos de O Mágico de Oz.
Ele
simplesmente não conseguiu desviar os olhos até que ela desaparecesse de vista.
Teve
vontade de segui-la. Perguntar o nome dela. E talvez dizer que ela era adorável
demais para que ele conseguisse desejar outra coisa a não ser continuar
olhando-a.
Mas
então sua mente ficou turva, e os pensamentos se tingiram de vermelho, não
sapatos vermelhos, mas um vermelho escuro e ocre, um vermelho que escorria e
tinha cheiro de ferrugem.
E
o horror reinando, em fim, sobre o mundo do garoto.
Era
o monstro falando, falando com ele, dentro dele.
E
ele não podia escutar o monstro, ou já teria perdido metade da batalha.
Lucas
sentiu um estremecimento mais do que incômodo, e viu a tarde se afastando dele.
O
céu estava ficando mais escuro.
Chega
de procrastinar.
Lucas
pulou da mureta onde estava sentado e voltou a caminhar, puxando a mala de
carrinho atrás de si. Pegou novamente o papel amassado que trazia no bolso e
outra vez leu o endereço anotado às pressas.
Ele
devia estar bem perto, agora.
E
tinha que tomar cuidado.
Planejar
os próximos passos.
Não
se descuidar nem mais um segundo.
E
outra vez certa mocinha de sapatos vermelhos lhe veio à mente, e ele se
esforçou para afastar a distração, soprando-a para longe com um suspiro.
***
Violeta
entrou no Point Coffee, fazendo o sininho da porta tintilar, o que sempre lhe
dava a sensação de estar entrando em outro mundo.
O
Point Coffee era uma lanchonete charmosa, onde reinava o estilo anos 60. No
andar de cima havia o Point Vintage, um brechó que Violeta amava, mas ele
fechava aos domingos.
Uma jukebox tocava Beatles bem baixinho. Violeta sentou-se próxima ao balcão.
Fez
o pedido para a garçonete sósia da Marilyn Monroe.
Era
domingo, dia de sol, e o que ela mais queria era um croissant coberto com bastante canela e noz moscada, para ver se
desse jeito suas finanças melhoravam.
Mas
então ela escutou uma risada estridente, e desejou com todas as forças mais
negras do seu coração que fosse só uma coincidência.
Só que não era, como ela pôde comprovar ao virar o pescoço para o lado oposto da
lanchonete.
O
cabelo loiro mais reluzente do mundo, emoldurando um rosto fino e
cuidadosamente maquiado. Depois um top descolado e brilhante, e finalmente duas
pernas brancas e grossas cruzadas sobre a mesa.
Briana
Brigantia, o sinônimo de tudo que era detestável e açucarado, como vômito de unicórnio.
Violeta
e ela se detestavam mortalmente desde a quinta série, em um tipo de embate sem
uma explicação coerente, que parecia vir de outras vidas.
Violeta
não suportava a mania de grandeza da loira, a necessidade de ser sempre o
centro das atenções, a forma como ela, de algum jeito, conseguia controlar
todos ao redor.
Já
Briana preferiria simplesmente que Violeta não existisse.
Afinal,
garotas estranhas que não gostavam dela enfeiavam o seu mundo perfeito de
cosméticos e viagens para a Flórida. Briana estava acostumada a ter a adoração
de tudo e todos.
Violeta
já estava desviando os olhos quando notou que ele também estava ali e na mesma hora chão e céu se fundiram e todo
o ar foi expulso de seus pulmões.
Era assim cada
vez que os olhos dela encontravam os olhos de Fernando Bragança. Ela não sabia
muita coisa sobre ele, além de que estudavam no mesmo colégio e ele era um ano
mais velho.
Como
nunca, ele estava entre a roda de amigos de Briana. Como sempre, não conversava
com ninguém, como se uma caixa de vidro o isolasse do resto do mundo. Ele
apenas encarava Violeta, em silêncio.
Ela
sentiu cada pelinho da nuca se ouriçar. Fernando era para ela uma mistura de
sensações conflitantes, de cócegas até um murro na boca do estômago.
Ela
não podia negar que ele era bonito, mas não era bem aquele o problema. Violeta
conhecia vários garotos bonitos. O problema era o conjunto completo. Frio, distante e
perfeito, como um manequim de loja.
E
a insistência dele em sempre observá-la de forma tão direta. Quase desafiadora.
Eu não vou desviar os olhos dessa
vez, pensou
Violeta, encarando-o de volta. Seja lá o
que você queira comigo, vamos resolver agora.
Ela
estava projetando, e sabia disso. Ela o faria se arrastar até a mesa dela,
mesmo que ele não quisesse, mesmo que ele tentasse resistir...
Fernando
baixou os olhos e cerrou os punhos, o rosto ficando vermelho de repente.
Violeta
soltou o ar que havia prendido.
Ela
iria ter que praticar mais vezes.
-
Uma Coca light, depressa por favor.
Briana
estava ao lado de Violeta, inclinada sobre o balcão e tamborilando as unhas
recém-feitas no mármore.
Violeta
olhou para ela, e a loira sorriu.
-
Oi, Violeta. Não está trabalhando hoje? – Pergunta Briana, casual, sacudindo os cabelos
loiros mega claros.
-
Não. – Responde Violeta, secamente.
-
Que bom pra você. Deve ser muito chato trabalhar numa livraria, inclusive nos
finais de semana, né?
-
Não se você souber ler. – Violeta diz, antes de dar um gole no chá gelado.
Briana
a ignora.
-
Você está sozinha? Que pena. Eu te chamaria para sentar com a gente, mas, sabe,
o pessoal sempre diz que você parece ter inveja de mim, e isso deixaria todo
mundo muito desconfortável.
Violeta
revira os olhos.
-
Ah, claro. Eu venderia minha alma ao diabo para ter o rabo da grande Briana
Brigantia.
Briana
bateu as unhas no balcão mais uma vez.
-
Meu Deus, Violeta. Eu só estava brincando. Você tem que parar de ser tão
desagradável, ou vai continuar no fundo do poço. Assim, legal você finalmente
admitir que tem inveja de mim, mas precisa ao menos disfarçar, certo?
Violeta
suspirou.
-
Eu não sei o que me impressiona mais. Sua incapacidade de entender sarcasmo,
você gostar dessa cor de gema de ovo do seu cabelo ou os seus pais acharem que
Briana Brigantia soa como alguma coisa além de um nome de prostituta.
Briana
ergue uma sobrancelha.
-
Viu? Desagradável, desagradável e desagradável. Você é tão mal-amada que me dá
pena. – Diz Briana, batendo na mão de Violeta e fazendo-a derramar o chá no
vestido. – Ops... Ainda bem que não é nenhuma roupa de marca, não é? Aposto que
você encontra outro no brechó. Se cuida.
Briana
dá uma piscadela antes de dar as costas para Violeta.
-
Maldição! – Ela xinga baixinho, tentando se secar com um guardanapo.
Ela
então percebeu que Briana tinha dito alguma coisa, e todos na mesa dela estavam
se divertindo muito rindo e olhando para Violeta.
Menos
Fernando. Fernando não ria, apenas olhava.
Mesmo
assim, a raiva se multiplicou dentro dela.
Antes
que Violeta se desse conta do que estava fazendo, tinha arrancado um dos
sapatos vermelhos e acertado em cheio a cabeça loira e oca de Briana.
-
O que acha, vadia? Te gusta?
Briana
arquejou, virando-se para ela, indignada.
-
Ora sua... Sujeitinha esquisita e louca...
Violeta
não queria saber o que Briana tinha a dizer.
Se
encaminhou até a loira, parando muito perto dela.
Briana
arfava, mas nem os amigos dela ousaram se mexer.
Parecia
que Violeta tinha crescido pra cima dela.
Com
um único movimento brusco, Violeta arrancou um punhado dos fios de cabelo
oxigenados. Depois sorriu.
-
Vou fazer uma macumba tão foda pra você, que você vai desejar nunca ter
nascido.
***
Lena entrou correndo em casa.
O
Sr. Cardoso dormia e roncava baixo na poltrona da saleta.
Nada
de Ana Rosa. Nada de Violeta.
Se
sentiu mais tranquila. Violeta ainda não voltou, não ia ficar uma fera com ela.
Mas
Lena logo ficou preocupada novamente quando um pressentimento súbito a atingiu.
E
o sexto sentido de Lena não falhava nunca. E como dizia Ana Rosa, uma bruxa que
não escuta a intuição é uma bruxa morta.
Mais
do que depressa, Lena foi para a cozinha e encheu um dos caldeirões de ferro de
Ana Rosa com água. Pingou algumas gotas de essência de sândalo e respirou
fundo, tentando se concentrar.
Não
precisou de muito tempo.
Saiu
de novo para a rua.
O
pressentimento aumentou, apertando o coração, e Lena já sabia que tinha alguma
coisa a ver com Violeta.
Correu.
Virou
a esquina e abriu a porta do Poin Coffe em um fôlego só.
Viu
o momento exato em que Briana Brigantia levou uma merecida sapatada na cabeça.
E
assistiu também Violeta ameaçar Briana, depois de lhe arrancar um chumaço de
cabelos.
-
Violeta! – Lena entrou no Point Coffe.
Todos
se voltaram para ela.
Lena
foi até Violeta com passos firmes e a puxou pelo pulso.
-
Temos que ir agora.
-
Sapatonas! – Gritou Briana, assim que as duas saíram da lanchonete. – Eu não
tenho medo das macumbas de vocês!
Os
postes da rua começaram a se ascender conforme escurecia.
Lena
sacudiu Violeta pelos ombros, furiosa, assim que elas chegaram na calçada.
-
Você surtou? Quer mesmo ficar com fama de macumbeira?
-
Não me importo. – Violeta trinca os dentes. – Eu vou fazer a vida social da
Briana queimar junto com folhas de louro no meu caldeirão.
-
Agora, sim. – Lena cruza os braços. – Você está agindo como uma invejosa. E
sabe muito bem que esse tipo de energia baixa vai só te prejudicar.
Violeta
também cruza os braços, aborrecida.
A
porta do Point Coffe se abre, e Fernando saí por ela.
Ele
ergue os olhos verdes para Violeta. Segurava o par do sapato vermelho em uma
das mãos.
***
Violeta.
Era esse o nome dela.
As
desconfianças haviam se tornado uma certeza.
Ou,
pelo menos, quase.
Ela
mesma havia se entregado fazendo aquela ameaça.
Violeta,
uma criaturinha tola e bela.
Fernando
andara observando-a nos últimos tempos. Tá, ele olhava para ela desde o ano
passado. E ela sabia. E algumas vezes parecia ser capaz de sugá-lo só com o
olhar.
Aquela
garota tinha um jeito tão misterioso que beirava a paixão e o perigo.
Por
algum motivo, isso era atraente.
Não
para ele, claro. Porque ele sabia a verdade, agora. Já desconfiava desde o ano
passado, quando a vira pela primeira vez. E jamais cairia nos perversos e
adoráveis encantos dela.
Fernando
pegou o sapato caído no chão e saiu da lanchonete.
Violeta
e a outra garota estavam discutindo na calçada.
Ela
o encarou, fazendo-o estremecer.
Meu
Deus.
Ela
não era lindíssima.
Não
tinha nada de extraordinário.
Mas
tinha alguma coisa naqueles olhos
enormes e castanhos, o cabelo longo mais castanho ainda e aquele piercing delicado e minúsculo no nariz.
Alguma
coisa que o impediria de...
-
Meu sapato. – Ela falou. – Me devolva.
Nunca
tinham se visto tão de perto. Nunca tinham se falado.
Fernando
o entregou para ela.
-
Aqui está. – Disse ele. Queria dizer mais alguma coisa. Mas as palavras não
saíram. - Tchau. – Disse, apenas, antes de se virar e voltar para a lanchonete.
Violeta
o observou ir.
Olhou
para Lena, que observava de braços cruzados.
-
Posso saber que clima foi esse?
-
Clima? – Ela já deveria saber que Lena iria zoá-la. – Não teve clima nenhum.
-
Admita, esse cara é apaixonado por você. Ele te olha como se fosse capaz de te
comer de sobremesa.
-
Então ele deve ser algum tarado. – Responde Violeta, se apoiando no ombro de
Lena para colocar o sapato.
Violeta
olhou para o céu.
-
É lua crescente. – Diz Lena, percebendo o olhar dela. – Deveríamos fazer um
ritual de purificação.
-
Eu sei. – Responde Violeta, com um suspiro. – Vamos pra casa.
E,
sob o olhar aprovador de Lena, soltou o cabelo de Briana, deixando os fios
serem varridos calçada abaixo pelo vento noturno, até sumirem de vista.
*O* QUE MARAVILHOSO GIOVANNA!!! Está melhor do que a primeira versão (que já era incrível!) por favor, por favor, por favor, não pare de postar, certo?! Eu preciso muito ler ♡♡♡♡♡ está demais!!
ResponderExcluirLicença, vou ter um treco ali, logo volto. hahahah.
Carla, sua linda <3
ResponderExcluirJuro que dessa vez não vou parar, e vou levar a história até o fim, fazendo de tudo para melhorá-la. :3
Beijos! Segunda tem mais ;)